domingo, 3 de junho de 2012

Nos meus versos

Nos meus versos quero destilar
A poesia viva de Augusto dos Anjos,
Dissecar cada célula de cada palavra
Na química de um verso alucinado


Nos meus versos quero mergulhar
Nos sonhos mitológicos de Borges
E devorar as palavras até os ossos
Com minhas mandíbulas profanas


Nos meus versos quero lutar 
Pela lucidez genuína de Neruda
E coser cada um deles com as ervas 
Colhidas no caminho da liberdade

Nos últimos versos quero abusar
Da insatisfação de Leminski
E, num verso impassível e completo,
Relatar o fim dessa aventura...


Do poeta, que não sou, apraz-me a tentativa!
Sentimentos Indecifráveis pg. 81

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