quinta-feira, 26 de junho de 2014

CADA MENINO


Cada menino – um fim
Um começo
Ainda sou menino assim


Passageiro que vou – voo
Passageiro que sou – soo

Menino levado
Nenhum destino marcado
Menino que sou – vou
Menino que vou – sou
Nenhum melindre cobrado
Menino levado

Aonde vai o verbo
Reverbero o que sou
O menino que cansou
O menino que sonhou
Resgato o que ficou
Aonde vai o sonho

Passageiro que sou – voo
Passageiro que vou – soo

Para compreender Michel Foucault


http://outraspalavras.net/destaques/para-compreender-michael-foucault/

"Se os estudos de Foucault mostram que os seres humanos não dominam os acontecimentos que constituem o solo de suas experiências, eles atestam ao mesmo tempo que, no espaço limitado do presente, as pessoas dispõem da possibilidade de questionar o que muitas narrativas apresentam como necessário, assim como as formas de poder e dominação que se pretendem absolutas.
Os procedimentos de Foucault postulam, tal como Nietzsche descobrira no final do século XIX, que é possível fazer uma história de tudo aquilo que nos cerca e nos parece essencial e sem história – os sentimentos, a moral, a verdade etc. Essa descoberta indica que, mesmo esses elementos aparentemente universais ou imunes à passagem do tempo, se dão como contingências históricas, como coisas que foram criadas em um dado momento, em circunstâncias precisas.
Trata-se, assim, para Foucault, de pensar a história de determinadas problematizações: a história de como certas coisas se tornam problemas para o pensamento, dignas de serem pensadas por um ou outro domínio do saber e, através de formas de racionalização específicas, verdades são fabricadas. De maneira que suas pesquisas mostram que nossas evidências são frágeis e nossas verdades, recentes e provisórias."  BRUNO LORENZATTO

segunda-feira, 23 de junho de 2014

MARCOS ROLIM - Sobre rótulos e profecias



http://www.extraclasse.org.br/edicoes/2013/12/sobre-rotulos-e-profecias/

"O que os rótulos e as profecias que se autocumprem indicam é que, quando nos manifestamos a respeito das pessoas, impregnamos o mundo com significações – positivas ou negativas – que adquirem vida própria e passam a conformar situações que tendem a confirmar tais conteúdos. Rotular alguém pode ser, por isso, uma forma de condenação especialmente cruel."

O que é educação de qualidade?

http://envolverde.com.br/educacao/o-que-e-educacao-de-qualidade/

"Muitos poucos se preocupam e se ocupam do mais importante que é como se ensina; o que e como se aprende; o que, como e para que se avalia. O afeto, o interesse, o amor pela leitura, o gosto de aprender e a ausência de medo são ingredientes indispensáveis para uma educação de qualidade em qualquer idade.
Avançar na direção de uma educação de qualidade implica, justamente, que a cidadania se informe melhor a fim de saber por que e como reivindicá-la." Rosa Maria Torres

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Aborto, nova tramóia dos fundamentalistas



http://outraspalavras.net/brasil/aborto-nova-tramoia-das-bancadas-fundamentalistas/

"Esses ataques sistemáticos ao direito restrito ao aborto no Brasil fazem parte de uma agenda muito maior dos grupos conservadores – sobretudo os religiosos fundamentalistas (de diferentes religiões, vale sempre lembrar) – que visa impor na esfera estatal os valores e princípios de suas crenças pessoais. Existe um projeto de Estado orientado aos valores religiosos, que esses representantes políticos constróem diariamente. Nesse projeto, o útero não passa de um serviço à sociedade, à “vida”, a um Deus. O Estatuto do Nascituro é mais uma evidência disso.
Agora, se a coisa sempre pode ficar pior, é porque ela está em franca disputa. A disputa significa que é possível que ela não fique pior. Isso depende única e exclusivamente da reação que temos ao vermos nossos direitos atacados, trocados como moeda, chutados para escanteio, rifados.
Para não piorar: gritar, lutar, mobilizar
Face a essa situação absurda que vivemos, só há uma resposta possível: mostrar aos representantes políticos que não aceitamos. Vamos dizer “não”.
Não aceitamos que nossos direitos sejam rifados.
Não aceitamos que nossos direitos sejam retirados.
Não aceitamos que nossos direitos sejam reduzidos.
Não aceitamos que nossos direitos sejam limitados.
Toda vítima de violência sexual deve ter acesso a cuidados médicos, em qualquer hospital da rede pública ou da rede privada.
Toda gestante vítima de violência sexual deve ter acesso ao aborto, como previsto em lei.
Toda gestante de feto anencéfalo deve ter acesso ao aborto, como previsto em lei.
Toda gestante que tenha sua vida ameaçada pela gravidez deve ter acesso ao aborto, como previsto em lei.
Venha gritar junto com a gente, da maneira como puder. Escreva, reblogue, reposte. Acesse os materiais e textos da campanha pela manutenção da lei 12.845 emwww.abortolegal.tumblr.com.
Seguiremos em campanha enquanto nossos direitos estiverem na corda bamba!
Não podemos deixar piorar!" Marília Moschkovich,

domingo, 15 de junho de 2014

O estatuto do nascituro e suas consequências


http://www.viomundo.com.br/blog-da-saude/saude/clair-castilhos-voce-sabe-o-que-esta-por-tras-do-estatuto-do-nascituro.html

"O Estatuto do Nascituro, a “Bolsa Estupro” e a CPI do aborto são partes integrantes de um conjunto de iniciativas do Legislativo Federal visando implantar um clima de intimidação e terror às mulheres e naturalizar a interferência das religiões e suas concepções morais como uma prática que pretende ser legítima dentro dos marcos de um Estado laico. Aí reside um perigo real, pois se a sociedade brasileira não atentar para estas investidas correrá o risco de caminhar para um Estado confessional e teocrático. Trata-se de uma estratégia visível, basta verificar que os Projetos de lei que limitam e retiram direitos das mulheres são defendidos ostensivamente pelas bancadas fundamentalistas, compostas por deputados espíritas, evangélicos e católicos.
A sociedade brasileira precisa reagir e analisar, antes de tudo, qual o papel destes deputados no Parlamento brasileiro. Entre outras particularidades ver quais são os seus aliados, quais as suas articulações e o que defendem, além das leis restritivas às liberdades e aos direitos das mulheres.
É interessante notar que há importantes coligados a essas bancadas, por exemplo, os representantes do agronegócio e setores à direita que buscam aprofundar as propostas neoliberais e a entrega do país às grandes corporações transnacionais.
Agrupam-se com os mais notórios agressores do meio ambiente, aos blocos econômicos que exploram trabalho escravo nas propriedades rurais, que promovem chacinas de indígenas, impedem as demarcações de terras indígenas e quilombolas, provocam desmatamentos criminosos nas florestas brasileiras, acabam com a biodiversidade, contaminam e empestam as reservas aquíferas de venenos e agrotóxicos, enfim, que matam todo e qualquer tipo de vida que possa limitar seus interesses. São esses os aliados dos fundamentalistas. A pergunta é: – Que vida eles defendem? E, finalmente para que servem estes parlamentares? Algum deles já apresentou algum Projeto de lei de interesse do Brasil e seu povo? Ou sua ação parlamentar é “bisbilhotar” e policiar a vida privada dos cidadãos e cidadãs?"
Clair Castilhos é farmacêutica-Bioquímica, sanitarista, mestre em Saúde Pública e professora aposentada do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina. É a secretária-executiva da Rede Feminista de Saúde,  Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos. 

OLHAR AUSENTE



 O que sinto
Se desmente
No olhar ausente

sexta-feira, 13 de junho de 2014

ALIMENTOS GENETICAMENTE MODIFICADOS - GM



http://outraspalavras.net/destaques/como-os-deputados-preparam-se-para-nos-empurrar-transgenicos/

"A soberania do discurso científico pode calar e distanciar os cidadãos de assuntos que dizem respeito ao desenvolvimento econômico, social e cultural. É necessário construir um debate público com informação e conscientização. O diálogo aprofundado, e interessado em ouvir o que a sociedade realmente tem a dizer, é de responsabilidade do governo, por meio das leis de regulamentação; das universidades públicas, com educação e formação de cidadãos críticos e participativos; dos cientistas, ao respeitar o interesse público; das ONGs, ao trazer informações para a esfera pública; e da mídia e empresas do agronegócio, que devem comunicar com mais clareza e ética7.
Como podemos observar, as novas tecnologias envolvem questões que devem ser debatidas pelos mais diversos atores sociais. A produção de alimentos GMs trouxe questões complexas, que urgem por interdisciplinaridade para construir a reflexão e propor soluções. É o caso alarmante da transição da posse das sementes, das mãos dos camponeses às das multinacionais. Outra análise imperativa é em relação aos riscos indeterminados, em longo prazo, na saúde humana e no meio ambiente.
A dificuldade para se fazer pesquisas independentes sobre a produção de transgênicos é um entrave para fundamentar as discussões no campo do direito e da cidadania. O diálogo entre os sujeitos, permeado de múltiplos valores, necessita encontrar caminhos concretos e seguros para transformar a realidade. Nesse sentido, um processo de comunicação dialógico, como nos sugere Paulo Freire, pode nutrir a sociedade com informações consistentes e o mais abrangentes possíveis. Assim, o cidadão poderá conquistar autonomia e engajamento para participar democraticamente, de forma deliberativa, de questões centrais para o presente e o futuro."

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Pouco a comemorar, mas muito por fazer - ENVOLVERDE -

http://envolverde.com.br/ambiente/brasil/pouco-comemorar-mas-muito-por-fazer/

"O avanço do agronegócio é o problema ambiental que mais tem se agravado no Brasil nas últimas décadas, na avaliação de Carlos Alberto Dayrell, engenheiro agrônomo e pesquisador do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas Gerais. Ele ficou conhecido em todo o país quando, no dia 25 de fevereiro de 1975, subiu em uma árvore para impedir o seu corte na avenida João Pessoa, em Porto Alegre, e a foto deste primeiro ato ecopolítico virou símbolo do movimento ecológico brasileiro.
Dayrell recebeu a reportagem do Extra Classe após ser homenageado, em maio, pela Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan). Para ele, a agricultura baseada na mecanização, adubos químicos, agrotóxicos e sementes transgênicas tem causado grande impacto ambiental, pois ela simplifica os sistemas produtivos, aumentando artificialmente a produção e a produtividade. “Transnacionais dominam todas as etapas de produção de alimentos”, protesta o ambientalista mineiro.
No Brasil, acrescenta Dayrell, existe um movimento que vem com muita dificuldade construindo novas perspectivas não só de produção, mas de relação da sociedade com a própria natureza através da agroecologia, com outras possibilidades para atender a demanda da população por alimentos sadios. “Porém, é um processo totalmente marginal em relação à política nacional de apoio ao agronegócio. Estamos navegando na marginalidade, e não na centralidade”, lamenta o ambientalista. * Publicado originalmente no site Extra Classe.org.br."

domingo, 8 de junho de 2014

Ler Primeiro: Três poemas sobre futebol


http://outraspalavras.net/destaques/ler-primeiro-tres-poemas-sobre-futebol/

"O Olímpio trágico de um Maracanã é o nosso laboratório ancestral
Somos todos filhos do dilúvio
Rola a esfera na terra sintética do espetáculo;
órbita em permanente assunção
ao rés do chão"
(da poesia AO RÉS DO CHÃO)


MEU MUNDO


Vigio o telefone – mudo
Não mudei o roteiro

Você é o meu mundo inteiro

No silêncio – meu destino
Você é o meu desatino