sábado, 8 de novembro de 2014

DEMOCRACIA AMERICANA - Assim se constrói o Estado Global de Vigilância

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"Os criadores do sistema imaginaram uma única exceção: eles próprios. Foi, ao menos em parte, por isso que, quando Snowden nos permitiu espreitá-los, eles extravasaram ódio. Seja como for que tenham reagido, do ponto de vista político, é claro que também sentiram-se violados – algo que, até onde se sabe, deixou-os sem qualquer empatia diante do resto de nós. Snowden provou, de qualquer forma, que o sistema nasceu pronto para dar um tiro pela culatra.
Dezesseis meses depois que os documentos da NSA começaram a ser lançados pelo Guardian e pelo Washington Post, talvez seja possível falar numa Era Snowden. E agora, um novo filme notável, Citizenfour, que teve pré-estreia no Festival de Filmes de Nova York em 10 de outubro, oferece uma janela para como tudo aconteceu. Já foi mencionado como possível vencedor do Oscar.
Laura Poitras, a diretora, é produtora de documentários, jornalista e artista. Tornou-se – assim como o repórter Glenn Greenwald – quase tão amplamente conhecida quanto o próprio Snowden. Seu novo filme, o último em uma trilogia (os anteriores são My Country, My Country sobre a Guerra do Iraque, e The Oath, sobre Guantanamo), remete-nos a junho de 2013 e nos leva ao quarto de hotel em Hong Kong em que Snowden começou a fazer suas revelações a Glenn Greenwald, Ewen MacAskill (do Guardian), e a própria Laura. Antes daquele momento, estávamos quase literalmente no escuro. Depois dele, temos mais noção, pelo menos, da natureza da escuridão que nos envolve. Tendo visto seu filme, dialoguei com Poitras em uma pequena sala de conferências de um hotel em Nova York para discutir como o mundo mudou e qual foi o papel dela nisso."

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